Lá pelos idos de 1977, dois jovens recém-casados, desprovidos ainda de recursos, mas cheios de esperanças na construção de uma nova vida, retornavam da Missa num domingo frio e ensolarado de Porto Alegre.
Caminhavam despreocupadamente, quando avistaram, na calçada, um relógio feminino. Curiosos, apanharam, entreolharam-se, e logo adiante avistaram uma senhora corpulenta, com passos lentos e cansados, jogando o corpo de um lado para outro, lembrando uma jangada cearense.
Os olhares se cruzaram, e, neste silêncio, ambos tiveram a certeza de que à frente estava a dona daquela joia.
Apressaram as passadas. Emparelhados com a Senhora, o jovem perguntou-lhe as horas.
Que susto levou ao levantar o braço e não ver, no pulso, o estimado relógio. Com um sobressalto, exclamou:
– Bah!! Perdi o meu relógio, vizinho!
Conscientes, os jovens lhe devolveram a joia. Agradecida, a Senhora os abraçou emocionada.
Não mais de um mês desse ocorrido, ao final de uma tarde, a jovem esposa quando retornava do trabalho e, ao se aproximar da sua residência, na Rua Olinda, 295, encontrou sobre a calçada um relógio masculino. Olhou para os lados na expectativa de entregar o dono, mas ninguém apareceu.
Subiu constrangida, relatando o achado ao marido.
Esse relógio, de marca “Edox”, cujo dono não foi identificado, foi usado pelo jovem marido por muitos anos.
1 jun 2021
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